Siqueira Campos, com base nos relatos de Glauco Carneiro, jornalista e historiador das revoluções do Brasil Republicano, o tenente Antônio de Siqueira Campos realizou suas principais ações durante a incansável luta por um Brasil melhor, mais justo e onde todos tivessem vez e voz.
No Museu Histórico de Siqueira Campos, estão expostos alguns de seus pertences, além de fotos e um livro que conta toda a sua trajetória. Nas informações concedidas por Maria da Graça Montanha César, coordenador do Museu Histórico, Antônio de Siqueira Campos era chamado pela família por Tony e apesar de ser uma pessoa simples, usou sua inteligência e potencial em prol da nação, abraçando a causa do povo humilhado e injustiçado.
Nascido em Rio Claro, Estado de São Paulo, em 18 de maio de 1898, Siqueira Campos entrou para a história em um dos períodos mais críticos do Brasil. Em 1º de março de 1922, Artur Bernardes foi eleito presidente da república, mas o Clube Militar sugeriu a organização de um Tribunal de Honra, com capacidade para decidir sobre a validade das eleições, por considerar que o novo presidente havia sido eleito por pessoas que estavam dominadas ideologicamente e que alguns chegaram a votar em troca de um par de sapatos ou caixas de remédios.
Porém, apesar de todo esse movimento, o próprio presidente eleito e o Congresso se opuseram a ideia. Para muitos homens que queriam um país mais justo e honrado, como Antônio de Siqueira Campos, esse fato tornou intenso o seu espírito revolucionário. Ele que havia cursado a Escola Prática do Exército em 1915 escolheu como arma a artilharia, sendo promovido como 2º tenente após o desligamento do Realengo e no dia 5 de janeiro de 1921 passou a ocupar a patente de 1º tenente, trabalhando na legalidade exatos sete anos, oito meses e 18 dias.
Antônio de Siqueira Campos participou de várias revoluções, entre elas a Revolta do Forte de Copacabana em 1922, Levante de São Borja em 1924, Coluna Prestes de 1924 a 1927 e a Conspiração da Revolução de 1930. Durante toda a sua vida, Siqueira Campos permaneceu solteiro, talvez devido ao seu trabalho dedicado no Exército e as grandes responsabilidades que havia assumido nos postos que veio a ocupar.
O final de sua vida foi marcado pela tragédia. Ao saber que Luís Carlos Prestes lançaria um manifesto comunista, Siqueira Campos viajou até Buenos Aires, na Argentina, onde tentou convencer o chefe a mandar a ideia para não dividir os esforços revolucionários. Na viagem de volta, realizada na madrugada de 10 de maio de 1930, o avião que o trazia de volta ao Brasil, caiu no Rio da Prata, quase em frente a Montevidéu, no Uruguai. De acordo com os registros históricos, Siqueira Campos, enquanto nadava para a terra, sofreu um ataque cardíaco e pereceu antes de mesmo de afundar. Seu corpo está sepultado no Cemitério da Consolação em São Paulo.